Sou
uma mulher de 26 anos, casada e tenho um filho de 7 anos. Há nove
anos, com 16 anos, conheci meu marido em uma matinê. Ele tinha 14
anos. Ficamos naquela noite e 2 meses depois estávamos namorando.
Durante esse tempo, nosso namoro era sustentado por muito ciúme
da parte dele (de ex-namorados, de artistas que eu era fã, coisas
de adolescente). Por muitas vezes ele queria terminar e eu insistia para
continuarmos. Fiquei grávida um ano depois de namoro, morávamos
perto, até que me mudei para outro bairro, cerca de 2 horas mais
longe. Ele ficou indignado e mais uma vez queria acabar com tudo. Nosso
filho já havia nascido, continuamos juntos, mas discutíamos
muito, até que com três anos de relacionamento decidi pela
primeira vez terminar esta relação. Ele agiu de forma desesperadora,
mas continuei firme e ficamos separados um mês. Decidi dar a nosso
caso uma segunda chance, meses depois resolvi sair de casa e morar com
a família dele. Ele havia arrumado um bom emprego e eu tinha planos
de começar a comprar coisas de casa para morarmos sozinho com nosso
filho. Ele está indo bem no emprego, mas começou a me tratar
com muita indiferença. Então, em uma briga perguntei se
ele me amava e respondeu que não sabia. Foi o bastante para fazer
minhas malas e voltar para casa da minha mãe com meu filho. Ele
não fez nada para impedir. Ali, tive a certeza de que realmente
não me amava. Ficamos quatro meses separados até que reatamos
novamente. Nesse tempo, fui novamente morar com ele e a família
e dois anos depois alugamos uma casa e moramos apenas nós dois
e nosso filho. Depois da última separação, estamos
há quatro anos juntos e há dois morando apenas nós
três. Quando reatamos pela última vez, ele prometeu que nossa
vida seria diferente, que os erros do passado não iriam continuar
e que faria de tudo pra me agradar, mas não foi assim. Desde o
inicio do namoro, ele quis me afastar dos meus amigos, não saía
comigo e também não queria que eu fosse. Hoje continua agindo
assim, mas com desculpas de que não tem vontade de fazer estes
programas, de que não tem amigos e que somos uma família
agora e devemos fazer programas caseiros ou ir a cinemas, pizzarias, apenas
nós dois e nosso filho. Ele sabe que tenho amigas e que adoro sair
pra dançar com elas, conversar e nunca quis sair sem ele, mas ele
nega, não me leva a motéis. Com nove anos de relacionamento,
só fomos duas vezes e as duas eu paguei e insisti. Tenho 26 anos
e ele 23. Não aproveitei nada na minha adolescência e continuo
não aproveitando na minha fase adulta. Vejo o tempo passar e ainda
hoje não tenho certeza se ele me ama. Penso que por ter insistido
nesse relacionamento desde o inicio e de ter sido fácil a reconciliação
não pude saber dos seus reais sentimentos, em pequenos gestos,
como um beijo, que ele não gosta muito. Ele me dá apenas
estalinhos, mesmo quando fazemos amor. Com isso, tenho certeza de que
não me ama de verdade. Penso muito em me separar, mas preciso ter
certeza, porque desta vez nós construimos uma vida juntos, alugamos
uma casa. Não teria condições de sustentar uma casa
sozinha. Teria que devolver a casa e vender todos os objetos e, pela segunda
vez, voltar para casa da minha mãe. O que eu faço? (Vanessa)
Pois é Vanessa, você começou sua vida
amorosa de forma precipitada e agora você está sofrendo as
conseqüências! Quando se tem 14 anos tudo nos parece fácil,
mas ter um filho aos 16 deve ter mesmo sido muito difícil e ele
era ainda mais novo estava com 13 anos. Vocês transformaram o que
poderia ser um tempo de conhecimento mútuo, de diversão,
etc. em uma vida complicada não só para você, mas
para ele também.
Ambos não tiveram adolescência. Ele teve que
amadurecer rapidamente arrumar um emprego para sustentar uma família.
Você deixou de ser uma menina para ser mãe. Isso também
impediu você de ir às baladas, festas etc. Agora que chegou
a hora em que as outras pessoas começam a assumir sua vida adulta
você já está cansada da sua. É como se ser
adulta a impedisse de ser feliz. Esse rapaz de hoje foi um adolescente
que nunca namorou, não aprendeu a agradar a uma garota, talvez
nem tenha aprendido direito a beijar. Ele como você também
pulou uma fase da vida. Só que agora não dá para
voltar atrás. E pelo número de vezes que já tentaram
se separar e voltaram a ficar juntos parece que vocês se gostam
de verdade. Agora você se pergunta o que fazer! Bem é preciso
aprender com a vida. Você tem dúvida se ele a ama ou não,
pois sente que ele não lhe dá o afeto que você espera
e nem demonstra de forma clara que a ama. Nesses rompimentos e voltas
com seu marido, apesar das promessas, vocês não conseguiram
mudar suas atitudes. Sempre faltou diálogo. Talvez ele não
saiba como beijos são importantes para você, e como certos
carinhos podem fazê-la mais feliz. Conte isso a ele, mostre a ele
como gostaria de ser beijada. Pare de se preocupar se ele a ama realmente,
o fato dele estar com você mostra que ele a ama. Em vez disso pergunte-se
se o ama o suficiente para lutar por esse relacionamento. Se for assim
lute por isso, casais bem mais velhos conseguem virar a mesa.
Caso você não trabalhe, procure estudar e ter uma profissão,
isto a ajudará a ser mais independente. Converse com ele sobre
os ciúmes e mostre que não é para traí-lo
quer sair com suas amigas. Quando se gosta de alguém é necessário
ter confiança um no outro. Você não precisa ir a lugares
que ele não gosta, mas pode convidá-las para ir à
sua casa para almoçar, jantar ou tomar um café. Agora se
você concluir que não o ama e decida se separar, pense nos
prós e contras tanto para você como para seu filho. O fato
de voltar a morar junto com os seus pais não vai ser nada fácil
mas, se você for a luta será algo temporário. Quando
você estiver ganhando o suficiente poderá voltar a ter seu
espaço. Reflita sobre os seus sentimentos em relação
ao seu marido antes de tomar a decisão. Cá entre nós,
o importante é ir à busca da sua felicidade, mas tenha certeza
do que realmente quer! Essas idas e vindas não são boas
para ninguém, muito menos para seu filho.
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